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sábado, 19 de novembro de 2016

Elo

“Adriana laigou o brogue acolá, danadinha. Meteu-se a cutucar cumbucas frescas, guisados diferentes.”, a madame pensou assim e assado, aposto. Eu pensei parelhado, já pensasse? Aliás, no pequeno dia em que me sobrevenha o tesão incontido de espalhar uma fortuita mentirinha..., a madame já sabe. Só compartilho verdades podium não aditivadas, pois: o fuchique nasceu de um cochilo. Para empacar na vontade deusa, louca e feiticeira, desde sempre, de apear meu cavalinho manco e tomar a fresca. Indefinidamente, rarará. Sofro de preguiça, padeço de extrema dificuldade para encerrar os assuntos. Inconclusiva é o meu sobrenome. Indolente é o do meio. Escrever é ruim, mas é bom que só, para quem escreve, bicho. Todo mundo deve escrever. Escrever para sonhar. Escrever para despertar. Para conservar. Para mudar. Escrever para si mesmo ou desenhar a bunda na janela, para trinta e oito leitores dando com a língua nos dentes, tudo somado, quarenta e quatro. Nem tente tentar adivinhar o a que afaga, o e que esbofeteia, o contribuinte do lado que é do outro lado de lá do lado de lá da telinha, esse aí tem suas esquisitices, umas preferências acidentais, impremeditáveis, existe isso, rarará? Maluquices? Voto nas próprias. Sempre. Nada é tão importante. Noites de intenso luar, manhãs de sol e de profunda reconciliação, haverá? Crei(o)a.
“Hoje estou velha como quero ficar. Sem estridência.”. Dona Doida. Murchar e virar Adélia. Adubo demais para o meu canteiro. Os óculos de digitar as historinhas bestas e a xícara de chá de maçã. Ao colo, Valentim, o cão da minha vida, ressonando. Já fui moça, já gozei a mocidade... Estudei reprodução humana, mas estava esquecida. Alexandra me lembrou de que o início da menopausa só pode ser considerado, amiga, após um ano do último ciclo menstrual. Vivo a vibe do climatério, mora? Aquele climatério, outrora cantado em verso e prosa, aqui mesmo nesse espaço, era outra coisa, coisa nenhuma, nada além da polimiosite galopante, cínica, dissimulada, entretanto, comendo solta. Quatro meses de recesso, o paraíso e, pimba!, destampei. Sangrei horrores. “Uma enchente amazônica, uma explosão atlântica”. Fechei os olhos para ver. Eu menina, ouvia Dona Rita queixar-se: “Virgem Maria Santíssima, isso não acaba nunca!! Parece que levei uma peixeirada!! Estou me esvaindo, um rio vermelho escorrendo pernas abaixo!!” Igualzinho, Mainha. Igualzinho. A orfandade açoita. Teu queixo no queixo da tua filha. É desabotoar todas as camadas internas, de cal e pedra e couro e carne e osso, até o refúgio lago derradeiro: o eterno ventre.
Sobre o I Festival Negressência da escola, sob a batuta do incansável Carlos Fabianinho Safadex Profissional, sinto que agora sou melhor, bendita influência. Pelas pálpebras e poros escancarados, responsabilizo a flor azeviche do evento. Agradeço. Proponho, portanto, o seguinte: Fica, mãe-preta parideira da força e da ternura dos cuidados!! Abre as asas africanas sobre nós, “dona de assombrosas tetas” jabuticaba!! Acolhe. Aquece. Alimenta. Nina. Ensina. O comentário odioso, repugnante, que captei na saída, tratei de esmagá-lo, feito a gente pisa uma barata, no calor da roda de samba. Soterrei-o, no terreiro, com o peso ancestral dos teus tamancos.


Essa é de Charlie, claro.