“Adriana laigou
o brogue acolá, danadinha. Meteu-se a cutucar cumbucas frescas, guisados diferentes.”,
a madame pensou assim e assado, aposto. Eu pensei parelhado, já pensasse? Aliás,
no pequeno dia em que me sobrevenha o tesão incontido de espalhar uma fortuita
mentirinha..., a madame já sabe. Só compartilho verdades podium não aditivadas, pois: o fuchique
nasceu de um cochilo. Para empacar na vontade deusa, louca e feiticeira, desde
sempre, de apear meu cavalinho manco e tomar a fresca. Indefinidamente, rarará.
Sofro de preguiça, padeço de extrema dificuldade para encerrar os assuntos. Inconclusiva é o meu sobrenome. Indolente é o do meio. Escrever é ruim,
mas é bom que só, para quem escreve, bicho. Todo mundo deve escrever. Escrever
para sonhar. Escrever para despertar. Para conservar. Para mudar. Escrever para
si mesmo ou desenhar a bunda na janela, para trinta e oito leitores dando com a
língua nos dentes, tudo somado, quarenta e quatro. Nem tente tentar adivinhar o
a que afaga, o e que esbofeteia, o contribuinte do lado que é do outro lado de lá
do lado de lá da telinha, esse aí tem suas esquisitices, umas preferências
acidentais, impremeditáveis, existe isso, rarará? Maluquices? Voto nas próprias.
Sempre. Nada é tão importante. Noites de intenso luar, manhãs de sol e de profunda
reconciliação, haverá? Crei(o)a.
“Hoje
estou velha como quero ficar. Sem estridência.”. Dona
Doida. Murchar e virar Adélia. Adubo demais para o meu canteiro. Os óculos de
digitar as historinhas bestas e a xícara de chá de maçã. Ao colo, Valentim, o
cão da minha vida, ressonando. Já fui
moça, já gozei a mocidade... Estudei reprodução humana, mas estava
esquecida. Alexandra me lembrou de que o início da menopausa só pode ser
considerado, amiga, após um ano do último ciclo menstrual. Vivo a vibe do climatério, mora? Aquele
climatério, outrora cantado em verso e prosa, aqui mesmo nesse espaço, era outra
coisa, coisa nenhuma, nada além da polimiosite galopante, cínica, dissimulada,
entretanto, comendo solta. Quatro meses de recesso, o paraíso e, pimba!, destampei.
Sangrei horrores. “Uma enchente
amazônica, uma explosão atlântica”. Fechei os olhos para ver. Eu menina, ouvia Dona Rita queixar-se:
“Virgem Maria Santíssima, isso não acaba nunca!! Parece que levei uma
peixeirada!! Estou me esvaindo, um rio vermelho escorrendo pernas abaixo!!”
Igualzinho, Mainha. Igualzinho. A orfandade açoita. Teu queixo no queixo da tua filha. É desabotoar todas as camadas
internas, de cal e pedra e couro e carne e osso, até o refúgio lago derradeiro:
o eterno ventre.
Sobre o I Festival Negressência da escola, sob a batuta
do incansável Carlos Fabianinho Safadex Profissional, sinto que agora sou
melhor, bendita influência. Pelas pálpebras e poros escancarados, responsabilizo
a flor azeviche do evento. Agradeço. Proponho, portanto, o seguinte: Fica, mãe-preta
parideira da força e da ternura dos cuidados!! Abre as asas africanas sobre
nós, “dona de assombrosas tetas” jabuticaba!!
Acolhe. Aquece. Alimenta. Nina. Ensina. O comentário odioso, repugnante, que
captei na saída, tratei de esmagá-lo, feito a gente pisa uma barata, no calor da roda de
samba. Soterrei-o, no terreiro, com o peso ancestral dos teus tamancos.
Essa é de Charlie, claro.