Deveras importante, here
there and everywhere, a pessoa enfiar o pé na jaca das inverossimilhanças,
rarará, três vezes por ano é a medida certinha da capricorniana formiguinha
diligente com a maior dificuldade no quesito perder tempo, respaldo e linha. A
senhora veja agora, por exemplo, agora a contribuinte inaugura um jeito novo de
bolinar as dadivosas teclazinhas, rarará, decidi digitar uma historinha desse
jeito mesmo, nessa posição inusitada, em decúbito dorsal, rarará, contando,
ninguém acredita, o notebook assentado em cima do buchinho amplo, inação in action, lombeira elevada à décima
potência, só Jesus aniversariante para avaliar direitinho aonde vai dar essa
marmota. As férias natalinas me sorriem, sorrio de volta, presinhas serelepes, claro,
exercito todos aqueles não sei quantos músculos smiles e só, minha simpática leitora mais livre e solta a cada passo,
a senhora aguardando imprevistas lições de vida, buquês de graça e de originalidade,
a senhora dando um quarto ao capeta para surpreender-se e agitar-se, vire a
página, madame, blog bacana não falta. Não trair, não coçar, não mover a palha:
tudo que o indolente fuchique da
minha predileção tem para o momento.
Quem quiser arrastar um trem por essa balbúrdia shopping center, existencial e
metafísica de fim de ano, fique à vontade. De minha parte, escolho fevereiro.
Fevereiro é trapo e farrapo na pipoca, o sujeito vai como pode, já caiu na
real, percebeu que vestir azul não mudou a sorte, rarará. Fevereiro é fantasia
com dinheiro ou sem dinheiro. O carnaval
é a maior caricatura. Na folia, o
povo esquece a amargura. Dezembro é foda, cara. A gente se descuida e entra
nessa paranóia consumista, é a praga do amigo-secreto, é confraternização até
com a megera domada, uma lembrancinha para o vizinho, um mimo para o porteiro,
champanhe até para o bispo, o décimo terceiro gasto em julho abre um rombo
formidável no orçamento da brasileira, o réveillon
é passando o ferro na velha, fala a verdade, que a gente rompe é devendo o
mundo e o fundo das calças. Ademais, todas as extraordinárias New Year’s Resolutions do passado transferem-se
once again para adiante, uma
patifaria, uma coisa patética.
Um filme na cabeça, nem finja larita banana frita que não é consigo. Aposto os olhinhos míopes
que a gatinha definha, esquarteja-se de curiosidade, roendoasunhasmente, rarará,
vigiando os melhores lances do fuxico-retrospectiva
2013 da escrevinhadeira. Meu grande amigo Bruno entende bastante de
astrologia e cantou a pedra: os capricornianos ressurgirão das cinzas em 2014. Retalhos para uma colcha, não estivesse de recesso. In a few words, nenhuma cabrita do planeta conta mais do que eu com a promessa desse tal renascimento,
a senhora pode confiar. Morri inúmeras vezes esse ano. Mortes morridas e mortes bem matadas. Para aprender a lidar
com a menopausa, expirei, extingui-me. Morri de dor, de frio, de fome, de medo e do mais agudo
desespero. Morri da incerteza do que me debilita a força nas pernas. Morri de
susto. Morri de raiva. Morri de saudade. Morri de tristeza. Morri de
desapontamento. Morri de ingratidão. Morri da injustiça do mais cruel, covarde e
absoluto silêncio, quando a palavra parceira, clara e bruta, haveria de salvar a minha pobre humanidade. Morri de paixão manifesta, desmedida e tão mal cuidada, interpretada e correspondida. Morri de impetuosidade. Morri de arrependimento. Morri de tédio. Morri de sono. Morri de vergonha. Morri de calor. Morri de asco. Morri de abatimento. Morri de gás. Morri de carinho. Morri de atenção. Morri de solidariedade. Morri de companheirismo. Morri de prazer. Morri de beijo. Morri de esperança. Morri do sublime amor por que ainda insisto em seguir vivendo.
Em 2014 só quero um tipo de morte: morte dos dias da semana pra dar lugar a um lindo feriado recém nascido. Amém!
ResponderExcluirRarará... Só você, Felipe...
ExcluirLindo!! Nunca parei para pensar que morríamos tantas vezes! Já disse Mário Quintana: "Como é bom morrer de amor e continuar vivendo". Bom fim de ano! bjs
ResponderExcluirMônica
Rapaz, das mortes, a gente escapa brincando... Da vida, Monicat, é que não vamos sair nunca, sabemos. Fadados à eternidade, brindemos!! Beijos!!
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