Segunda-feira desobrigada de relógio, dessa doidice de bater
aquele ponto destrambelhado da escola, de alcançar a remota franja de umas fotocópias mais ou menos
mais para menos, rabisco precário que eu mesma produzi, quero prontinhas amanhã, devidamente fora do prazo de solicitação, professora, rarará, isso lá no raio que o parta, a reprografia habita depois de Marrakech, vou de táxi, cê sabe!, rarará, uma
simpatia louca esparramada pela longa estrada: jardim de dálias desabotoadas,
colorindo as pedras do caminho, rarará, gente do céu, as pessoas
desconhecem-se, a gente se estranha demais, uma bolinha de sabão, pairando no ralo
azul do nada mais vaporoso, pimba!, vira um evento, o acontecimento, rarará, um caso sério. Sobre privilégios, sobre
cuidado, sobre assistência ampla, geral e irrestrita à pançuda gravemente
enferma, meu julgamento é sucinto: quem não vê necessidade disso tudo, não
precisa mais participar, sequer uma reles figuração, cisco megadesimportante, não precisa
mais participar da minha vida bandida. Todo paparico é pouco. Cumpra-se. Vigia o remorso, camarada, rarará! Hoje é
feriado: não estou disposta, com licença, rarará. A madame nunca soube, a minha
pessoa nunca lhe disse, certeza: trabalhei numa escola que ficava na Rua Dália,
eu achava lindo o nome ‘dália’, descobri, na época, que a dália é uma flor
muito da linda, gostava de dar o endereço às pessoas, achava tão bacana ensinar
numa escola de idiomas à Rua Dália, nº180, vá entender como vinguei, rarará, me
criei assim, desse jeito abilolado, minha mãe vivia era repetindo: “você, minha
filha, coitada, só tem tamanho e besteira”.
Decidi experimentar um negócio bem diferente, rarará, fui
tomar um café, no Café do Xopcentis, a menina lá é muito minha amiga, a gente
conversa de cair o chapéu, uma graça. Pois, a leal leitora me acredite, foi
chegar no quiosque, Thaís encostar, olhão arregalado, esbaforida: “tava esperando
a senhora, tenho uma coisa para lhe contar, um minutinho!”, a moça despejou na lata,
agoniada. Parça, ela sonhou comigo. Sonho é uma novela, já tive tantos sonhos premonitórios. Thaís sonhou comigo. Nós duas na cidade, fazendo compras. Em
dado momento, voltávamos para o carro, carregando os pacotes, eu abria a porta
e, adivinha? Sonho ruim, mulher, sonho de acordar suando, desesperada. Eu abria
a porta e tomava um tiro no peito, um tiro fatal, caía dura, mortinha, presunto fresco, por
cima das sacolas. Bom é que me relaciono direitinho com as palavras, poucas
arestas, isso desde guducha pequena,
as palavras botam a cara no sol do meu terreiro, me espreitam, me acodem, oferecidas,
uma solidariedade, uma afinidade porreta com minhas ideias, meu sentimento. Dois dedos de prosa,
Thaís sossegou, coraçãozinho pacificado. Papo massa sobre a interpretação dos
sonhos, blá-blá-blá, tontas representações, Froide exprica, rarará, pregação para derrubar avião. Encurtando a história, a
pobrezinha dormiu pouco ontem, decerto, pensando na família, nas coleguinhas do
passado e do presente, buscando identificar qual papel eu desempenhei, qual substituição assumi, no
pesadelo. Menina, tu me escalasse para ocupar o lugar de quem, rarará? Quem tu gostaria que morresse, menina, rarará? Quem é essa alma que tu curte pacas, mas é um aperreio ter por perto, rarará? Pregação para
derrubar avião, Thaís caiu feito um patinho. A polimiosítica fodida, francamente, nem tanto.
Adorei! Contemplei a face triste daquele relógio de ponto ao não nos ver chegar! Kkkkk!! Fiquei imaginando o taxi até à reprografia, subindo as escadas! Hahahaha!! Minha mãe sempre disse que sonhar com morte é saúde! Que assim seja! Bjo, Dri!
ResponderExcluirTomara, kkkkkkkkk! Apostando todas as fichas, né? :)
ExcluirIsso tudo foi porque lesse Xico Sá e quer competir? Já ganhou kkkkkkkkkkk
ResponderExcluirTô esperando uma licitação de compra de carrinho de golf pra'quela escola. Se tiver carrinho elétrico ninguém me segura mais kkkkkkkkkkk
Delira não, parça, kkkkkkkk!! Xico é virado nos cascos de uma égua parida, seu cabra, kkkkkkk!! Eu engulo a poeira, kkkkkkkkkkkkk... :)
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