As ilícitas alminhas sebosas do mundo, ‘não aceite
imitação’, rarará!, as pecinhas hemorragia de sangue: ‘originais de fábrica’,
rarará!, as pústulas perdoem-me a franqueza, perdoem-me os malignos, os ruins de
carteirinha, bondade é fundamental. Fundamental
é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho. Enrouqueço de cantar o
verso, trinta anos entoando a cantiga: da
primeira vez, era a cidade, da segunda, o cais: a eternidade. Assobio por
aí, estrada afora, a contagiante melodia - um pipoco, fala a verdade! – MÚSICA,
o nome dela - olha, que coisa mais linda,
mais cheia de graça!, isso e aquilo, trinta anos para compreender o
espírito da palavra. Better late, somente
hoje, por volta das nove e meia da manhã. Antônio Brasileiro, a bênção. Wave, garota, se não quer dizer azul de Ipanema, deveria. Wave é céu e mar abertos, índigo
assombro de beleza. Vamos ser aluados, desatentos, descansados do sentido da
vida, a moçada aposto que sabe: minha cabecinha de vento reage lento,
dispara sete dias depois do prazo, rarará, nem toda feiticeira é corcunda, idiotice
com pedigree também acomete as professorinhas, meu camarada! Trinta anos para captar a mensagem do nobre guru passarinho Jobim, rarará! Vamos raciocinar
no tranco, confere que ninguém é perfeito, a minha tabaquice, tabaquice é
nordestinês, visse?, a minha tabaquice, entretanto, ultrapassa, do cognoscível,
rarará, os improváveis limites.
Coisas
que só o coração pode entender. Minha aluna do PROOOONA
TEC TEC TEC, rarará, disse assim: se
metade do planeta fosse como a senhora, teacher, o mundo ia ser diferente.
Empavonei-me, obviululantemente, breve enguiço da consciência, não sou de
compacto plástico tupperware,
reconhece? A vaidade e os seus petulantes tentáculos. Vaidade é foda, produz
filhotinhos feios, indesejados, vaidade é cogumelo de veneno. Outro dia, cometi
a insensatez de perguntar a Ronaldo sobre minhas qualidades, o leitor avalie o
nível da besteira, gente besta é a imagem do cão, reitero. Meu marido é um homem
bom, razão por que seguimos devidamente casadíssimos, obrigada. O que mais gosto em você? Você é muito boa,
ele disse. Boa. De comer com dez talheres, rarará! Boba de boa. Cada vez
melhor, neguinho... Carrego no lombo um caminhão de tropeços, deformidades
bastante graves, confesso. Defeitos dos quais, a cada vinte e quatro horas, me
lembro, defeitos os quais prefiro acreditar que, nos dias pares, ao menos, esqueço.
Bacana quando prevalece, ante os gentis olhos alheios, sobre camadas de lodo, a
humilde flor da benevolência, da generosidade, boa atitude inspira mais que
opinião, a gente sabe. Esse meu jeito de estar no mundo é herança, sobretudo.
Meu povo é bom demais: calor - agasalho para o profundo isolamento da humanidade. Acolhe, ampara, envolve, enlaça, vincula, meu povo compadece-se
do irmão, partilha a esteira e o pote, como nenhum outro, isso ninguém conteste.
Oferece o aconchego de que necessita, é impossível ser feliz sozinho. Sou tiete do hemisfério de bondade das boas pessoas. Bondade
pode brotar no deserto, tudo é o exercício. Tudo é o estímulo. Tente de novo. Da poça do umbigo para o quintal, do quintal para a cidade, o cais do porto, o oceano, a eternidade. Meus
alunos enxergam tanta angelitude na minha característica vaselina: a natural,
ancestral maleabilidade. Tempo ao tempo, nada pode ser assim tão urgente. Nasci
treinada para anciã, parece: antecipo, adio, anulo, reformulo as tarefas, do
alicerce à cobertura, nem ligo, faço e refaço acordos sisudos, rarará, tratos de
prego batido e ponta virada, vou com a maré, ao sabor das circunstâncias,
avoluma-se o fã-clube da gorda maluca, agregando correligionários, angario importantes
aliados, rarará, isso tudo é muito engraçado. Ocorre que a minha seara é um
idioma forasteiro pairando acima da letra, da voz, de nós, verbo indiferente à raiz
da nossa história, descuidado do nosso modesto paradeiro. Há quem escolha
morrer sem tomar conhecimento da língua do patrão. Faz sentido, o que é que eu
posso contra a vontade, contra a corrente do pálido desencanto? Quanto mais quero,
mais aprendo. Acato, pois. Respeito. O patrão sorveu o néctar da canção
brasileira e cuspiu um desmantelo de signos esquisitos que o artista grava sem
entender uma vírgula, rarará, três vivas para o artista parado nas paradas de
sucesso. Só que não.Tall and tan and young and lovely the girl
from Ipanema goes walking and when she passes each one she passes goes ah…
E pretendem que eu ache que ficou bom, rarará! The fundamental loneliness goes whenever two can dream a dream together?
Fuck
off! Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho.
Ontem de madrugada um amigo me perguntou o que pra mim é egoísmo. A madrugada é assim mesmo né? A gente tira pra ficar divagando ou conversando o que não se fala de dia, deve ser o excesso de sono (ou a falta dele) que faz isso com a gente. Eu respondi que pra mim se trata de achar que sua opiniões e vontades valem mais que as dos outros. O egoísmo não é somente querer tudo pra si só, isso pode ser só gula mesmo kkkkkkkk.
ResponderExcluirCompletei ainda, dizendo que não devemos nos culpar por aquilo que não corresponde à nossa responsabilidade. Tudo aquilo que somos por dentro não passa de uma construção social, se você é egoísta, é porque isso lhe foi exigido pela sociedade. E é! Superar os traços inconvenientes da nossa personalidade é um grande desafio mas não é impossível. Beijão!
Para isso fomos feitos: depurar as mazelas e caminhar para a luz! Beijo.
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