Eu também preciso de mais um dia de sol, estrategicamente
alojado entre os primaveris sábado azul-celeste e domingo magenta, especialmente
enquanto não pinta um santo de alta patente, patrono da osteoporose, do esporão
e da espondilite – o padroeiro do farelo de osso da espinhela caída da
professorinha cinquentona – um Padim Ciço
Romão para guardar o meu, sábado parece que foi ontem, sábado nasce morto,
a senhora já notou? Sucinto sábado volátil, full
gas evaporando inteiro num suspiro, de manhã, escapulindo célere pelas
frestinhas de provinhas tão singelas. A fim de quê? Obviululantemente, minhas avaliações são de uma simplicidade
franciscana - questão de princípio - tudo ostensiva e obscenamente modesto, os
alunos sabem. Só que não. Não vou viver para entender os descaminhos do pupilo
perdido na inóspita selva de concreto, whose
fault is this?, “será que apenas os
hermetismos pascoais, os tons, os miltons, seus sons e seus dons geniais nos
salvam, nos salvarão dessas trevas?”. Vem de tão, tão distante o descompasso,
escuto mesmo é a pancada: o samba atravessa, o moleque tropeça e rodopia na
chapa quente, tomba feio, esfola a cara na recuperação
semestral, a verificação suplementar
acenando ali adiante, toda escola que se preza é assim: desventuras em série no
solene cárcere desmantelado - uma melancolia, não tem jeito. Meus superiores de
todas as instâncias têm tanto que fazer pela Educação, Deus lhes conserve a
vontade e a sobriedade, o discernimento e a assertividade, meus chefes trabalham de empenar o chifre, coitadinhos,
acho ótimo, um sujeito bastante sem tempo jamais perderá tempo com esse
bloguinho ordinário e absolutamente inútil, razão por que jamais tomará
conhecimento da minha legítima tomada
de decisão 220 v, rarará: agora é brincar de viver. Eu quero aproximar o meu cantar vagabundo daqueles que velam pela
alegria do mundo. Que ao menos os acentos e cedilhas da língua-mamãe sejam,
em algum momento, razoavelmente bem empregados, ora! Deixa a moçada passar por
média ‘how do you do?’ e queimar a
bufa na ortografia e na regência verbal! Doravante, escolho a maciota, a irrestrita
diversão: quem quiser que se vire nos trinta para desvendar o enigma da
garrancheira do patrão - Sir Tio Sam, ninguém se importa.
A respeito da minha dor articular, aquela de estimação,
cabe esclarecer o seguinte: vou de pior a pior, feito a cantiga da perua. Tanto
que quinta-feira passada, pimba!, fui bater um lero com meu ginecologista, meu
ginecologista, depois de Ronaldo meu marido, é o homem mais fundamental da
minha vida besta, aposto que já falei aqui, incontinenti, entretanto, repito.
Não pretende envelhecer, pobre moço, então desencarne menino, não é verdade? Os
capricornianos são criaturinhas ancestrais, buliçosos fósseis falantes no meio
do mundo, até aí tudo nos conformes astrológicos. Os capricornianos de
nascença, desde o berçário, entendem que estão morrendo, e estamos combinados.
Doutor, tem que ser doendo?
O plano de saúde não me acode, surpreendente seria se o
fizesse. O bom reumatologista da cidade passa longe da Unimed, cobra os olhos
da cara pela competência. Ando cansada demais desse circo - circuito fechado que
nos arrasta, tontos e indefesos, de um lado para outro, círculo vicioso cuja carência de decência e integridade nos arrasa. Fui orientada a procurar uma ortopedista, Drª Andréa,
que é especialista numa tal medicina de
esforço, é isso ou coisa que o valha. Meu ginecologista indicou, confia
cegamente na médica, mansa feito um cordeirinho branco anestesiado, pagarei o preço do talento, assunto encerrado. Parece que a
Drª Andréa entende muito do riscado - essa história de articulação, tendão,
ligamento, osso e associados. Parece que a Drª Andréa tem visão holística - central,
periférica, empática, afetiva - consegue harmonizar o esqueleto, a mente e a
alma da gente, uma raridade entre os profissionais dessa área, cartel de estúpidos tratando miúdos,
membros esquartejados. Ando cansada demais de especificidades sem afago, frias, ineficazes e arrogantes. A consulta particular ficou para 10 de outubro, até lá,
madame, haja meditação e sarapatel de diclofenaco, paracetamol, cafeína e a parceiraça nimesulida de todas as horas sentidas.
Pense pelo lado bom, a aposentadoria vai levar tudo isso embora. O incômodo de se deslocar quase todo dia pro iff, escrever na lousa e corrigir provas serão passado, RS então... nunca mais, você vai ficar calminha que nem um cordeirinho branco anestesiado hahaha. Enquanto a dita cuja não vem, aproveite as férias que já estão chegando!
ResponderExcluirOnde está Wally?? Cadê a caixinha de férias que estava aqui?? O gato comeu, kkkkkkkkkkkkk!!! Beijos, Philips!!
ResponderExcluirVocê acha que é a única privilegiada? Descobri agora que meus ossos estão "trepando", uma tal de hérnia que vem acompanhada de uma tal de RPG. bjs
ResponderExcluir“Será que apenas os hermetismos pascoais, os tons, os miltons, seus sons e seus dons geniais nos salvam, nos salvarão dessas trevas?” Será, então??? Continuarei esperando...rs. Por enquanto fico aqui, depois de uma semana infernal, com tudo a que ninguém deveria ter direito - febre, tosse, dor doída demais (acho que só salvava o cabelo!!!), mais tosse, cólica (claro, a dita cuja não podia esperar hora melhor!!!), apagão no banheiro, mais um pouquinho de tosse e aí quando tudo (quase) passou...estou aqui entre provas atrasadas e conselhos de classe !!! E vamos que vamos, sem pensar muito...dói menos asssim...rs. Beijos minha querida e melhoras! Evelyn
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