Depois que descobri, aliviada, que a literatura de qualquer calão é, a priori, o vasto território onde nada se cria, todo samba-enredo, bem ou mal, minha senhora, comedida ou desmedidamente, se copia (assim segue o drama sobre a estrada de papel), cismei de alimentar este espaço um tanto mais frequentemente, a exemplo de piolho circulando pela cabeça dos outros. Um assunto é um caleidoscópio, vira uma coisa que vira outra coisa que vira outra coisa que vira, conforme o juízo da gente os coloridos, vítreos fragmentos... revira. Mania é coisa que a gente tem e não sabe por quê, canção jurássica. Entre as manias que eu tenho, uma é gostar de roubar ideia dos outros. Sama diz que tem mania de corrida, fenômeno muito comum entre os viventes contemporâneos, menos a bonita aqui, me inclua fora, por obséquio. A gente agora aonde vai, vê o povo com o pé na bunda, na carreira, era de noite e era de dia, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Corrida me lembra aquele filme de uma idiotice sem precedentes, o tal Forrest Gump, quem não viu, relaxe, que não perdeu nada, até hoje me pergunto se realmente não tinha coisa melhor para fazer naquela ocasião, uma aula de origami, imagino, a mim, que não dobro um reles forro de cama, teria mais apetecido. Engraçado é que, contraditoriamente, adoro caminhar, o que me empurra de volta ao começo: se é para sofrer... Por uma extraordinária coincidência, que aprendi que não existe, a tal coincidência, uma corredora acaba de afirmar, na TV, aquilo que eu presumia: “correndo estou comigo, não vejo, não escuto, não penso, meu foco é meu limite e ultrapassá-lo.” A felicidade é que tem gente com gosto para tudo nesse mundo, ainda sobrando dois para tocar gaita. A senhora já experimentou andar por aí, sem pressa, sem lenço e sem documento? Caminhar abre um canal de comunicação extraordinário entre a sua e a alma da vida, minha senhora. Pau, pedra, luar, olhar e semente. Mais que de perfume e de sapato, minha mania ainda é a velha e boa mania de gente.
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sábado, 18 de agosto de 2012
Mania de você
Acabo de ler, no Estuário, a mais recente crônica do meu
amigo Samarone Lima. Sama, para os
íntimos, é um jornalista cearense que conheci em Recife, ele mora na minha terra
adorada faz é tempo, por demais interessante a historinha de como a gente se
encontrou no miolo do Poço da Panela, contarei tudinho, tim-tim por tim-tim, sem
reservas, sem subterfúgios encabulados, aos meus treze ilustríssimos leitores seguidores, a
posteriori, no belo dia em que ela, a historinha interessante decidir, por sua
conta e risco, debruçar-se sobre o parapeito do meu decoroso blog, nunca fui de
tirar leite do asfalto, Deus me livre, todo aquele que desfruta de boa
convivência com a minha pessoa, já assimilou esse aleijo horroroso de
personalidade, entende a indolência, até perdoa. Se é para sofrer, abandono o
balaio na primeira encruzilhada. A história querendo ser contada, faz fácil um strip-tease, aí eu conto, do
contrário, larita-banana-frita, morra entocada, que nem ligo. Por hora, adianto
a informação mais relevante: Sama é um escrevinhador porreta, de grife, o
google existe é para pesquisa do que presta e do que não presta, a senhora interessando-se
pela fecunda obra desse sujeito de nome feio para raio, portanto, vá lá com
seus pés e confira por si mesma.
Depois que descobri, aliviada, que a literatura de qualquer calão é, a priori, o vasto território onde nada se cria, todo samba-enredo, bem ou mal, minha senhora, comedida ou desmedidamente, se copia (assim segue o drama sobre a estrada de papel), cismei de alimentar este espaço um tanto mais frequentemente, a exemplo de piolho circulando pela cabeça dos outros. Um assunto é um caleidoscópio, vira uma coisa que vira outra coisa que vira outra coisa que vira, conforme o juízo da gente os coloridos, vítreos fragmentos... revira. Mania é coisa que a gente tem e não sabe por quê, canção jurássica. Entre as manias que eu tenho, uma é gostar de roubar ideia dos outros. Sama diz que tem mania de corrida, fenômeno muito comum entre os viventes contemporâneos, menos a bonita aqui, me inclua fora, por obséquio. A gente agora aonde vai, vê o povo com o pé na bunda, na carreira, era de noite e era de dia, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Corrida me lembra aquele filme de uma idiotice sem precedentes, o tal Forrest Gump, quem não viu, relaxe, que não perdeu nada, até hoje me pergunto se realmente não tinha coisa melhor para fazer naquela ocasião, uma aula de origami, imagino, a mim, que não dobro um reles forro de cama, teria mais apetecido. Engraçado é que, contraditoriamente, adoro caminhar, o que me empurra de volta ao começo: se é para sofrer... Por uma extraordinária coincidência, que aprendi que não existe, a tal coincidência, uma corredora acaba de afirmar, na TV, aquilo que eu presumia: “correndo estou comigo, não vejo, não escuto, não penso, meu foco é meu limite e ultrapassá-lo.” A felicidade é que tem gente com gosto para tudo nesse mundo, ainda sobrando dois para tocar gaita. A senhora já experimentou andar por aí, sem pressa, sem lenço e sem documento? Caminhar abre um canal de comunicação extraordinário entre a sua e a alma da vida, minha senhora. Pau, pedra, luar, olhar e semente. Mais que de perfume e de sapato, minha mania ainda é a velha e boa mania de gente.
Depois que descobri, aliviada, que a literatura de qualquer calão é, a priori, o vasto território onde nada se cria, todo samba-enredo, bem ou mal, minha senhora, comedida ou desmedidamente, se copia (assim segue o drama sobre a estrada de papel), cismei de alimentar este espaço um tanto mais frequentemente, a exemplo de piolho circulando pela cabeça dos outros. Um assunto é um caleidoscópio, vira uma coisa que vira outra coisa que vira outra coisa que vira, conforme o juízo da gente os coloridos, vítreos fragmentos... revira. Mania é coisa que a gente tem e não sabe por quê, canção jurássica. Entre as manias que eu tenho, uma é gostar de roubar ideia dos outros. Sama diz que tem mania de corrida, fenômeno muito comum entre os viventes contemporâneos, menos a bonita aqui, me inclua fora, por obséquio. A gente agora aonde vai, vê o povo com o pé na bunda, na carreira, era de noite e era de dia, na rua, na chuva, na fazenda ou numa casinha de sapê. Corrida me lembra aquele filme de uma idiotice sem precedentes, o tal Forrest Gump, quem não viu, relaxe, que não perdeu nada, até hoje me pergunto se realmente não tinha coisa melhor para fazer naquela ocasião, uma aula de origami, imagino, a mim, que não dobro um reles forro de cama, teria mais apetecido. Engraçado é que, contraditoriamente, adoro caminhar, o que me empurra de volta ao começo: se é para sofrer... Por uma extraordinária coincidência, que aprendi que não existe, a tal coincidência, uma corredora acaba de afirmar, na TV, aquilo que eu presumia: “correndo estou comigo, não vejo, não escuto, não penso, meu foco é meu limite e ultrapassá-lo.” A felicidade é que tem gente com gosto para tudo nesse mundo, ainda sobrando dois para tocar gaita. A senhora já experimentou andar por aí, sem pressa, sem lenço e sem documento? Caminhar abre um canal de comunicação extraordinário entre a sua e a alma da vida, minha senhora. Pau, pedra, luar, olhar e semente. Mais que de perfume e de sapato, minha mania ainda é a velha e boa mania de gente.
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Ronaldo disse: Acalenta minha alma e sossega esse meu coração, saber que tu pulsas com meu pulso. Tá lindo. Amo
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