Fiz strip-tease
na Santa Ceia, aposto a medula! Só me faltava mais era esta, o marido cobrando
historinha nova porque é sexta-feira, me diga aí, rápida como quem rouba, madame,
está direito isso, está, minha senhora? Perambulávamos, do verbo ‘tô à toa na pista, meu rei apreciaria um
rolé ao luar?’, é público e notório que, em sexta-feira ampla e
irrestritamente enforcada, a minha pessoa não bate o prego na barra de sabão,
nem para o bispo, honrarás pai, mãe, o
teu trabalho e o teu frosô, ficando a ordem dos fatores por tua conta, rá
rá rá, toda vida comedida, me pelei de medo de extrapolar, de pecar por
excesso, ‘menos é mais’ é o meu lema,
quem foi ou é meu aluno, sei que sabe, hein, meu bichinho lindo da senhora mamãe
dele, estarei faltando com a mais pura verdade, por acaso? Já comecei a rir com os meus botões,
doida de pedra, da minha compulsão por tergiversação, vocês não atinam na vaselina
maciota da gente manter um blog de fofoca, assim feito o meu, melhor um
pouquinho, mais prestigiado, vá lá, um cyber diary arretado, positivo e
operante com farofa (a coisa mais besta desse mundo de se fazer, visse, Luana?),
se eu tivesse uma coluna semanal num jornaleco de quinta, ganhava um
dinheirinho mais ou menos, sem sombra de aperreio, levando o leitor na banha da
conversa, mais sopa do que tirar pirulito da boca de guri buchudo, escrever
instantes é enganar o bobo na casca do ovo, simulando singular inteligência, espontaneidade,
lirismo, ironia, picardia, criatividade pulsante, eloquência, blá blá blá, blá
blá blá, o boboca narrador achando-se a bala, o último q-suco do deserto, rá rá
rá, o bobo leitor comprando gato por lebre, eita, é muita besteira para uma página só, garanto que me aposentava muito antes de esvaziar o pote da lorota, numa
boa, tarefinha fácil, extremamente fácil, demais até, chega perdi o bonde, ah,
achei de novo, eu, Ronaldo e quatro mil oitocentos e doze mineiros, mais ou
menos, enchíamos a tarde cinzenta (é folga, chove em Cabo Frio, é desse jeito!)
de pernas brancas, pretas, verdes, vermelhas, amarelas e azul-varize, anda, manda teu corpo desmembrar..., de
repente, na esquina da Assunção com a Francisco Mendes, incontestavelmente fora
de hora, retumba o atrevido questionamento: “tu vai postar alguma coisa no blog
hoje? Olha lá, o povo fica esperando, pensa que não? Deu linha, é fogo, agora,
minha filha, aguente!
Veja bem, amigo seguidor, preste atenção, não é todo dia
que o misterioso mar está para peixe grande, tem vez que a gente olha pedra e
vê pedra mesmo, Adélia, principalmente quando o cósmico combinado, lavrado em
cartório do céu, nosso amor do outro mundo, quem quiser, eletrocute-se de
inveja, é cortesia da casa, ninguém jamais duvide do nosso encontro escrito nas
estrelas, o combinado é o marido compensar cada ausência de curta ou longa
duração, com o marido estudando um disparate jurídico qualquer, léguas distante
da esposa adorada, na volta, é o seguinte, o marido tem de devolver a ela a calmaria, aterrar
o cânion, reconciliar as extremidades do abismo, habilidoso e apto para ocupar
todos os momentos e espaços ocasionalmente dedicados ao blog. O facebookiano que se preza, pormenoriza,
em esguias fatias, seu doce e salgado dia-a-dia, na superexposição pessoal que
eu também hiperproduzo, minha trademark
é enfeitar maracá, é sabido, além disso,
a rede é uma entre minhas vinte e uma manias, réu confesso. A essa altura do
campeonato, a senhora está careca de saber que abandonei a partida no primeiro
tempo, lacrei o notebook, para fazer coisa mais interessante, qual seja, amar a água implícita, o beijo tácito, a sede infinita. Navegar recônditos oceanos de prazer e de alegria, eita!, namorar o meu marido querido, até o diabo se escandalizar e Deus nada
mais entender, assim seja. À galera do blog, as batatas, vão arrumar o que fazer, né? Desde o retorno do
Rio de Janeiro continua lindo, estamos carrapatados, sem brecha para um
inocente parágrafo, o causo principia e logo cansa, o mar não está mesmo para
peixe, antes para a praia, em abençoada parceria. Me dá um beijo com tudo de bom e acende a noite na Guanabara, meu amor talismã.
Você me dá tanta sorte, de cara.
Uma taróloga de Olinda, Dona Célida, aquele vulto de
candura, falou bem assim, no dia da consulta: “o Imperador está chegando,
Adriana, e ele vem de longe, cortando as ondas, para ser todinho seu, vem apagar a marca do açoite
do passado, vem cicatrizar a chaga e secar o pranto de quem já sofreu tanto, vem
na paz, bom e sereno, talhado para lhe ensinar as lições do amor maior, que
você tão bem desconhece, minha menina, vem lhe inaugurar a primavera da vida,
vem tratá-la a pão de ló, cuidá-la como da primeira rubra rosa amanhecida, da
maneira que você merece, porque você, mais do que qualquer mulher, não se
engane, não se martirize, Adriana, você, mais do que ninguém nesse atordoado
mundo de meu Deus, merece. Não acreditei numa palavra, a senhora me acredite, comparei
o discurso de Dona Célida a um anjinho barroco, atracar o barco, isso e aquilo, uma lapinha, superlativa
babaquice, floreada de exagero, falando sério, não pretendo mais mentir nessa
minha vida, fiz promessa. Achei que Dona
Célida mentira com farofa, descaradamente, senhora dona da chave da poesia. Um belo dia, noite alta, vinha eu, lanhada de tempestade, gemendo de
fome e de frio, mareada de tanto mar, exausta de naufragar, aí, tchan!, cumpriu-se a sagrada previsão
da bruxa da Sé. Irrefutável destino: terra firme, afinal. Do escuro, avistei o cais, porto seguro
onde ancorei meu saveiro, baixei e queimei as velas. Doravante, Ronaldo, velejar sozinha,
nunca mais.
Ronaldo disse: Só tenho a agradecer pela homenagem. Sinto-me lisonjeado por tudo e, principalmente, por fazer parte da tua vida.
ResponderExcluirKotodama é uma expressão japonesa que significa "alma da palavra". A ideia é que ao repetir uma palavra (Felicidade), por várias vezes, cheguemos ao Satori, é como um Nirvana, encontrar-se com o Altíssimo. Me sinto assim com você. Amo.
"Simplificar é caminhar para o amor". Menos é mais, com certeza.
ResponderExcluirFelipe Santos
Né, bebê?
Excluir''Fiz strip-tease na Santa Ceia'' kkkkk Adorei! Com uma crônica dessas, eu diria que o mar está muito para peixes! Quase acredito que é tão fácil assim escrever, rsrs.
ResponderExcluirLuana.
Ah, essa frase é irmã daquela outra, que também curto pacas: COLEI CHICLETE NO MANTO SAGRADO, kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk... Sensacional, kkkkkkkkkkkkkkk... Tô aguardando teu brogue, Luanita!! Beijo da Gorda!!
ExcluirAh sim que isso, um monte de lorota e baboseira! (rá, rá, rá)
ResponderExcluirAinda aprenderei a escrever baboseiras dessa maneira tão simples como a "sinhorita" diz!
Por enquanto ficarei eu aqui, trocando gato por lebre, me iludindo, sendo enganado e me divertindo muito a cada crônica.
Talvez escrever seja simples assim, pois me parece que você escreve o que sente! E esse sentimento entre você e o Ronaldo é mesmo bonito de se admirar!!! Assim, chego a uma conclusão: se "simplificar é caminhar para o amor", e você escreve sobre o que sente, então, escrever sobre o que ama é simples!!! É mais ou menos isso? rsrsrs!! Devaneios... acho que isso vai virar epidemia... pega quem frequenta esse blog! kkkkk!!! bjs!
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